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A dor crônica é um sintoma comum em doentes que sofrem lesões raquimedulares. Os autores apresentam os aspectos demográficos, as características clínicas e os resultados do tratamento de 155 doentes com dor causada por lesão raquimedular. A mediana das idades foi 47,1 anos, o período de duração da dor teve mediana de 61,7 meses. As causas mais comuns das lesões foram ferimentos por projéteis de arma de fogo (30,3%), traumatismos fechados (28,4%) e as iatrogenias (18,7%). Os segmentos mais freqüentemente acometidos foram o torácico (43,2%), seguindo-se a região lombar e a cervical. A dor localizou-se predominantemente nos membros inferiores 75,4%. A dor fantasma foi observada em 88,3% dos doentes e a miofascial em 25%. Os padrões mais comuns de dor foram o queimor (32,3%) e o queimor e choque (29,0%). O fator que mais condicionou a melhora da dor foi o repouso (44,5%) e o mais relacionado à piora foram os exercícios (65,9%) e os estresses psíquicos (61,9%). Todos os doentes foram tratados com medicina física e com antidepressivos tricíclicos, fenotiazinas e analgésicos antiinflamatórios não-hormonais; cerca de 1/3 dos doentes foi medicado com diazepínicos, morfínicos, baclofeno, carbamazepina ou outros agentes. O tratamento farmacológico e fisiátrico proporcionou resultados satisfatórios em 62% dos doentes. A rizotomia percutânea por radiofreqüência, indicada em três casos, proporcionou melhora significativa em um; a estimulação elétrica epidural indicada em 42 doentes proporcionou melhora significante em 17; a lesão do trato de Lissauer e do corno posterior da medula espinal indicada para o tratamento de 21 doentes proporcionou melhora significante em 14; e a infusão de agentes morfínicos no compartimento epidural proporcionou melhora significante em apenas dois de seis doentes. Concluiu-se que a dor em doentes com lesões raquimedulares é freqüentemente rebelde ao tratamento e que a seqüência de prescrição de analgésicos e psicotrópicos, medicina física e, quando necessário, medidas cirúrgicas, incluindo a estimulação elétrica epidural e a lesão do trato de Lissauer e do corno posterior da medula espinal proporcionam melhora satisfatória em significante número de casos.