PSEUDOMONAS AERUGINOSA PRODUTORA DE METALOBETALACTAMASE: UM DESAFIO ADICIONAL NO DIFÍCIL CENÁRIO CLÍNICO-MICRO-EPIDEMIOLÓGICO DA RESISTÊNCIA AMPLIADA

oleh: Henry Pablo Lopes Campos e Reis, Antonio Gutierry Neves Dantas de Melo, Francisco Lennon Camilo Rosa, Evelyne Santana Girão, Ruth Maria Oliveira de Araujo, Ramiro Moreira Tavares, Michelle Rodrigues Pinheiro, Luciana Vladia Carvalhedo Fragoso, Geovania Maciel de Souza, Germana Perdigão Amaral, Marta de Oliveira Viana, Matheus Alves de Lima Mota, Jorge Luiz Nobre Rodrigues

Format: Article
Diterbitkan: Elsevier 2023-10-01

Deskripsi

Introdução/Objetivo: As infecções por Pseudomonas aeruginosa produtora de Metalobetalactamases (MBL) se configuram como uma das maiores ameaças à saúde pública. Os controladores de infecção, hoje se deparam com o esgotamento terapêutico, especialmente, se há expressão de metalobetalactamase. Assim, o objetivo foi delinear o perfil epidemiológico, clínico e microbiológico dessas infecções, dos pacientes internados em um hospital universitário de referência do Brasil, nos anos de 2021 e 2022. Métodos: Os dados foram coletados a partir de prontuários de pacientes internados em leitos de enfermaria e de Unidade de Terapia Intensiva, que, também, tinham seu acompanhamento pelo time Stewardship iniciado e tabulados em um uma planilha específica. Analisou-se os seguintes parâmetros: sexo, idade, motivo da internação, unidade de hospitalização, tipo de cultura, uso de ventilação mecânica, gene de resistência, perfil de sensibilidade, tratamento e desfecho. Aprovado pelo Comitê de Ética n° 3.697.674. Resultados: Foram identificados 13 pacientes com infecções por P. aeruginosa produtora de MBL. O sexo masculino foi o mais acometido (92,3%) e a média de idade foi de 68,3 anos. As infecções do respiratórias foram as mais prevalentes (38,4%), doenças cardiovasculares (30,8%) e neoplasias (23,1%). A maioria dos pacientes estavam internados em Unidade de Terapia Intensiva (61,5%) e os demais na Clínica Médica (38,5%). Em 77% dos casos houve uso de ventilação mecânica. As culturas do trato respiratório foi o exame microbiológico mais prevalente (84,6%). Todas as cepas isoladas possuíam o gene de resistência da enzima Imipenemase. Os isolados se mostraram resistentes a praticamente todos os antibioticos disponíveis no Brasil. Os antibióticos mais capazes de combater essas infecções in vitro foram a Polixina B (77% de cepas sensíveis) e a amicacina (7,7% de cepas sensíveis). A maioria pacientes (53,8%) não recebeu nenhum tratamento, seja por óbito precoce ou por melhora clínica e laboratorial no momento do resultado da cultura. A polimixina B foi o fármaco mais utilizado, compondo, total ou parcialmente, a estratégia terapêutica de 38,5% das situações. A taxa de mortalidade foi de 61,5%. Conclusão: Conclui-se que o tratamento de pacientes acometidos por infecções por cepas de P. aeruginosa produtoras de MBL representa um grande desafio nos hospitais, pela escassez de ATM e gravidade dos casos. Ressalta-se a importância de buscar novos tratamentos para esses patógenos.