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O presente ensaio trata de uma discussão antropológica em torno do livro A síndrome de Ulisses, objetivando compreender a maneira pela qual o choque cultural enquanto categoria analítica pode ser pensando em termos de efeitos patológicos sobre o psiquismo dos sujeitos. Lembrando que a base metodológica do texto se centra no uso de uma apreciação literária dos personagens e narrativa presentes no livro. Logo, não é uma compreensão completamente realística do conteúdo literário e sim, uma forma de utilizar metaforicamente esse conteúdo em favor de um esclarecimento mais amplo em relação às condições de vida que os indivíduos migrantes assumem em situações culturalmente localizadas. Verifica-se que os múltiplos problemas psicológicos esboçados por esses sujeitos em diferentes contextos, refletem antes, uma forma patológica de subjetivar das novas referências sócioculturais que a viagem lhes impõe. Dialogando também com os discursos medicalizantes que atravessam o entendimento geral dessa subjetivação. Demonstrando de modo na categoria sintomatológica  síndrome de Ulisses descrita pelo psiquiatra  espanhol Joseba Achotegui.