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 Angola está a realizar um processo de transformação curricular dos Ensinos Primário e Secundário, com vista à melhoria da qualidade educativa. Este processo será certamente enriquecido com a realização de estudos que o possam suportar. Neste sentido, e enquadrado no âmbito da Educação Histórica, este artigo apresenta um estudo de caso numa escola primária pública na província de Luanda, visando caraterizar conceções e práticas de professores das 5.ª e 6.ª classes sobre o processo de desenvolvimento e gestão curricular da disciplina de História. A recolha de dados, na qual estiveram envolvidos todos os professores destas duas classes, incluiu técnicas de inquérito por entrevista, observação direta não participante de aulas e levantamento de diversos documentos (e.g., planos das aulas observadas). Foram utilizadas técnicas de análise de conteúdo e abordagem multimodal, com base num modelo definido. Os resultados, não generalizáveis estatisticamente, apontam para a existência de uma diminuta autonomia curricular dos professores analisados, uma vez que estes reproduzem, principalmente, os conteúdos curriculares que lhes são indicados pelo Ministério da Educação. Os professores, tanto nas suas conceções como nas práticas, não revelaram preocupações com o desenvolvimento do pensamento histórico dos alunos mas apenas com a simples memorização e reprodução de conteúdos programáticos. Denota-se, assim, uma reduzida articulação entre conceções e práticas, bem como com perspetivas atuais em Didática, Desenvolvimento e Gestão Curricular a nível internacional e nacional. Finalmente, apontam-se sugestões investigativas e educativas, em particular para Angola.