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O presente artigo tem o propósito de apresentar os resultados de pesquisa sobre a Paisagem Cultural de Valença, Bahia, Brasil, desenvolvida entre os meses de maio a outubro de 2010 com subsídios do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Por meio da experiência valenciana, pretende destacar a relevância dos aspectos materiais e imateriais no processo de produção de cidades, e apontar como a desconsideração destes elementos pelos órgãos gestores implica em soluções urbanísticas capazes de comprometer seriamente contextos de vida e paisagens socioculturais construídas e consolidadas pelo tempo e trabalho humano. O foco do estudo volta-se, essencialmente, ao contexto de vida de significativo número de famílias que vivem da pesca artesanal e da carpintaria naval, atividades que constituem o principal diferencial cultural de Valença, e que, no momento, enfrentam sua maior crise estrutural sendo iminente o risco de seu desaparecimento.